22 abril 2017

Amortematica

.Amortematica
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Há este desassossego
De os dois querermos ser um
Matemática impossível
Dirá quem nunca deixou de se amar
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Pois isto de sermos outrem tira nos pé
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.Borealis in Aurora

E agora

.E agora
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Depois de tanto não querer
Eis que chegamos ao ponto final
Onde todas as promessas perdem sentido
E o até sempre encontra o seu fim
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Esgotamos as desculpas esfarrapadas
Somente o silêncio parece fazer sentido
Acaba a seleção de palavras a dizer
Assim como o movimento dos corpos
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E agora somos somente arrependimento
Resta o cúmulo do verbo querer
Não me quero a querer te
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.Borealis in Aurora

14 abril 2017

Fim

.Fim
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Preciso dizer-te que sou carência
a conjugação infinita do sou nada
cumulo de aquém e além vazio
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Preciso gastar a minha voz
dizendo que és a massa critica
de todos os meus sonhos
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Preciso cansar o meu caminho
indo para todos princípios
pois eu sempre fui fim
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.Borealis in Aurora

Nada

.Nada
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E do nada
vieram os teus cabelos ondulantes
a maresia dos  labios
tempero do desejo
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E do nada
veio o azul dos sonhos
um dia haviamos de ser unos
rasgando o ceu infinito
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E do nada
a luz pulsante dos teus olhos
que encontra em mim
tudo que não tenho
,
E do nada
acontece o impossivel
somos felizes
a prazo
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.Borealis in Aurora

Partir

.Partir
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Urge dizer-te fica
agora que tudo partiu
lamento o interregno
mas acordou-me a dor

Veio lembrar-me o doce
que outrora foi este amargo
o sorriso de todo tamanho
que era ver-me em ti

Preciso arrepender-me
percorrer o teu labirinto
na esperança do encontro
o teu nome grita em mim

Colecciono a tua sombra
que julgo ver em tudo que parte
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.Borealis in Aurora

Embala-me

.Embala-me
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Hoje podiamos crescer até sermos adultos
para irmos pavonear tudo que julgamos ser
dar ares da nossa pouca graça sempre sisuda
armados em senhores de todos momentos
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Podiamos andar em bicos de pés pela rua
como se ganhassemos um pouco mais de horizonte
nesta nossa visao de mais ser sempre melhor
até uma nesga de horizonte inalcançavel
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Podiamos tirar a vida própria a todos ponteiros
mergulhar no lamaçal da virtude do quase
beber na fonte dos sedentos pela felicidade
para finalmente sonharmos que há em nós inocência
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Embala-me nos teus cabelos doce ilusão
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.Borealis in Aurora



13 abril 2017

Ad aeternum

.Ad aeternum
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Continua o lago
o banco corrido pintado de verde
as flores carregadas de pigmento
que continuam a fazer caminho
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Continua o sol tardio
aquele cheiro a primavera fragrante
a brisa domada e mansinha
o rebuliço dos primeiros voos
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Continua o gentio
a criançada perdida de alegria
atrás de uma qualquer bola
que acabará certamente perdida
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Continua a lembrança
de por lá ter estado noutra vida
quando pegava nas tuas mãos
porque não te podia perder
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Continua o não estarmos lá
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.Borealis in Aurora

Meu amanhã de laranja lima

.Meu amanhã de laranja lima
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Tudo que te digo é pela calada da noite
quando o silêncio reina em plena escuridão
procurando em mim o eco que nao existe
farto de saber que não passo de solidão
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Encolho-me na minha pequenez de homem
e procuro uma réstia de coragem para o dia seguinte
obrigo-me a percorrer a infinidade do sonho
amanhã serei tudo menos gente
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.Borealis in Aurora

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