09 dezembro 2009

Saudade

.Saudade
.
.
.
.
Saudade
diz-lhe como são as nossas noites
quantas perguntas tens de ouvir
ainda que não tenhas respostas
.
Diz-lhe saudade como é não chorar
quanto é preciso adormecer no peito
para domar a vontade profunda dos olhos
de gritarem a salinidade
.
Diz-lhe saudade
que demos o seu nome á solidão
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

01 dezembro 2009

Ser

.Ser
.
.
.
Hoje
deixa que o mundo fique lá fora
preciso de tirar esse peso dos ombros
fazer uma pausa na interpretação humana
.
Ainda que a teus olhos dê a desilusão
mas esta é a verdade crua e desinteressada
onde te mostro que ser homem é ser menos
por muito altivas que sejam as estátuas
.
Sinto que não chego a merecer a palavra sou
.
.
.
.Borealis in Aurora

27 novembro 2009

Ainda que a vida seja uma colecção de momentos

.Ainda que a vida seja uma colecção de momentos
.
.
.
.
Aqui será sempre aqui
sem ti
local e ausência
juntos na tristeza
.
Ali é sinónimo
equidistante do perto e longe
um passo aquém do sonho
a frustração do quase
.
Em ti é sonho
dueto do preciso e quero
preâmbulo do para sempre
perene
.
Além é um caminho
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

26 novembro 2009

Leva-me

.Leva-me
.
.
.
Deixa que esta noite
eu seja o brilho nos teus olhos
partilha comigo a saudade
e deixa que o silêncio cure
.
Ensina-me a sonhar o ceu
.
.
.
.Borealis in Aurora

21 novembro 2009

Talvez

.Talvez
.
.
.
.
Talvez
ainda seja tempo de perder tempo
mas olhando para dentro de mim
diria que vou tarde procurar-me
.
Talvez
não fosse nada do que mostro ser
se porventura ainda fosse tempo
de gritar-me não te deixes crescer
.
Talvez
pudesse dar uns quantos passos atrás
e no preciso momento em que nasce o lamento
dizer não vás por caminhos tão cansados
.
Talvez
ainda fosse possivel evitar a maior dor
correr até á exaustão do meu fôlego
para poder dizer o quanto sempre te amei
.
Talvez
conseguisse perder este meu jeito animal
assim como a parvoíce de quem julga saber tudo
e simplesmente adormecer nos teus braços
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

Desejamar

.Desejamar
.
.
.
Enquanto a chuva esmorece
podias entregar-te ás minhas mãos
que vivem sedentas da tua pele
ansiando o aveludado do desejo
.
Mostrar-te num modo muito sussurrado
como se diz carinho nos teus lábios
a interpretação de olhos semicerrados
onde ainda se consegue sentir a verdade
.
E na linha indelével dos nossos corpos
deixarem de existir fronteiras
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

16 novembro 2009

Tu , minha história de amor

.Tu , minha história de amor
.
.
.
.
Minha perpétua e sincera dor
dou-te o poiso que pedes e mereces
para que venhas contar pela primeira vez
uma história de amor
.
A tua razão de ser e minha lástima
onde sou a parte minima de mim próprio
por haver um outrem tão mais necessário
a troca e a reviravolta das certezas
.
Tu minha história de amor sine dia
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

Sempre

.Sempre
.
.
.
.
Finda a palavra sempre
como se fosse uma flor
a quem a água só adia
o inevitável definhar
porque a terra é sonho
.
Fica a memória da cor
a inocência de acreditar
e o nunca mais
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

07 outubro 2009

Um dia

.Um dia
.
.
.
.
Um dia ,
por mero acaso ou sorte
irás descobrir que me consigo perder
no ceu imenso dos teus olhos
.
Perceberás que me tornas criança
e que ouso sonhar
.
.
.
.Borealis in Aurora

15 setembro 2009

Não existe tradução para o amor

.Não existe tradução para o amor
.
.
.
.
Não faz sentido dizer a palavra
de tanto uso caiu no absurdo
no verbo fácil quero e tenho
estratagema milenar da conquista
.
Mas quem já deambulou no método
e sentiu na flor da pele a desilusão
percebe ainda que da pior forma
que mais vale sentir a indiferença
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

14 setembro 2009

Dizer-te

.Dizer-te
.
.
.
.
Que és todas as minhas noites
e porque não admitir, manhãs tambem
porque não há um unico minuto
que sem ti me sinta alguem
.
Já agora dizer-te sem receio
que reina a confusão no meu reino
não sei onde começo ou acabo
depende se chegas ou se partes
.
Todas as minhas certezas
dependem da hora e da saudade
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

Outono

.Outono
.
.
.

.
.
Como vem lânguido o outono
o tom púrpureo das folhas
pouco a pouco vence a contenda
há-de cobrir o mundo , um dia
.
.

.
.
Como desvanece a luz pela tarde
parecendo um fio de fogo indelével
que sem darmos conta vem do horizonte
aquecer o pensamento mais fátuo
.
.

.
.
Como é reconfortante a penumbra
o silêncio de quem só quer ouvir
este modo calado da terra ansiar
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

20 agosto 2009

Ser

.Ser
.
.
.
Fala-me de mim
quem fui e sou
diz que me vês
que estou aqui
.
Dito por ti
chego a existir
.
.
.
.Borealis in Aurora

17 agosto 2009

Che de chegar

.Che de chegar
.
.
.
.
Chega de pouco
pouco disto e daquilo
colecção de migalhas
que jamais chega a pão
.
Chega de quase
um passo aquém de tudo
a promessa por cumprir
o sabor amargo do doce
.
Chega de talvez
tudo que nele seja esperança
fluxo de incerteza
grito de porquê
.
Chega de escrever chega
.
.
.
.Borealis in Aurora

05 agosto 2009

Menimática

.Menimática
.
.
.
.
Isto que agora se vê
é tudo quanto sobra
do sonho de uma criança
.
A esta sequência ilógica
produzida á custa da inocência
chamam-lhe crescer
.
Que matemática tão bizarra
onde dá a entender ser mais
quando caminha para menos
.
Mais e mais e a procura do mais
para um dia tarde sempre tarde
entender que um dia tivemos tudo
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

Não

.Não
.
.
.
.
Meu pobre coração
mais não
por ti e por mim
mais não
.
Ainda que digam
não ser vida
viver sem paixão
.
Mas tu e eu sabemos
de cor e lástima
como se escreve depois
e como grita a razão
.
Peço-te pois
mais não
meu sempre sim
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

04 agosto 2009

Saudade

.Saudade
.
.
.
.
Não estás
é tudo quanto sei
sem sequer pensar
faltas tu

Falta o eixo
na roda da minha vida
a razão mor do sonho
ar , o teu perfume
.
.
.
.Borealis in Aurora

Aquém

.Aquém
.
.
.
.
E se por acaso
pareço ser quase nada
trata-se de inevitabilidade
o limite humano
.
Sou o aqui e agora
convicto da minha existência
e certo de saber tudo
até prova em contrário
.
A vil glória do aquém
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

28 julho 2009

E se por acaso

.E se por acaso
.
.
.
.
E se eu digo
por aí não
da-me o benefício
de entender encruzilhadas
e assim do nada
sentir o panico natural
dos becos sem saída
.
Não te privo
recordo somente o meu ai
onde sei que nasce a dor
sem que a chegues a conhecer
poupo-te ao pranto de sempre
e assim espero
ver-te sorrir mais vezes
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

Amanhã - Traduzido do latim como entender a cobardia

.Amanhã - Traduzido do latim como entender a cobardia
.
.
.
Amanhã
.
Tanto foi adiado
nesta tua promessa vã
de nem mais um dia
e repara quantos mais
esperam alinhados
.
Amanhã
.
Depois de tanto adiar
tens as mil e uma desculpas
ensaiadas exaustivamente
não vá a coragem um dia
chamar-te cobarde
.
Amanhã
.
Porque vale tudo
menos a verdade nua e crua
o esbofetear violento da vida
ou por tua opção a amnésia
renovada com a madrugada
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

07 julho 2009

Saudade

.Saudade
.
.
.
.
Desde que partiste
descubro dia após dia
sinónimos do insuportável
e a ansiedade do fim
.
Porque o outrora tudo
é agora nada , sem ti
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

De que é feito o amanhã

.De que é feito o amanhã
.
.
.
.
Podiamos , se quisesses
quebrar a barreira do impossivel
Reescrever a palavra amo-te
num modo indelével
.
Gritar pela calada dos beijos
que nada em nós se deixa vencer
ainda que a vida por vezes teime
em vergar-nos a convicção
.
Podiamos , se tivesses
a massa critica do sonho
.
.
.
.Borealis in Aurora

04 julho 2009

O culto da mentira a dois

.O culto da mentira a dois
.
.
.
.
Nós ,
esse pretérito imperfeito
ditando o fio da navalha
o ponto de qualquer ruptura
.
Nós ,
a expressão mais que vaga
quanta solidão contêm um trio de letras
fazendo crer que é muito
.
Nós ,
ufanos devotos da mentira
ditamos os limites da tristeza
sem derramar uma unica lágrima
.
Nós ,
personificando a hipocrisia
num sorriso cansado e sem sentido
porque é preciso parecer feliz
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

26 junho 2009

Porque sim

.Porque sim
.
.
.
Queria falar-te do mundo
da ternura primaveril das cores
de pormenores e infímos detalhes
tambem da agua que corre para lá
do perfume que a terra tem
.
E tudo isto e muito mais
que todos trazemos adiado sine dia
porque há uma razão para tudo
até , vá alguem acreditar nisto
uma razão para não se ser feliz
.
.
.
.Borealis in Aurora

Como o tempo passa

.Como o tempo passa
.
.
.
.
Neste quase modo de viver
ainda alguem dirá convicto
que viver é quase assim
.
Mas não há quase coisa alguma
é sempre um pouco demasiado pouco
inicio de podia ser mas não é
.
Ainda que rezem outras histórias
e aqui e ali entre alvoradas
haja um pouco mais
.
Mas sei que os segundos passam
sem que passe esta sensação
de pouco que já pouco foge do nada
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

02 maio 2009

Fala-me uma vez mais do amor

.Fala-me uma vez mais do amor
.
.
.
.
Repete a descrição impossivel
aquele teu modo exaltado de quem diz morrer
parecendo que o ar se consome diante de ti
e a unica coisa que desejas é outrem

Irradia a luz eterna da crença
levando os teus olhos á cegueira da ausência
e chora , sem que pareça ter fim o teu choro
até semi-afogares a saudade
.
Crava os dedos e os dentes nas palavras
sacrifica o teu silêncio a troco dos gritos
sente como nada faz sentido dentro de ti
porque não te sentes parte de ti própria
.
Da-me esse pó de cometa rasgando o sonho
fala-me uma vez mais do amor
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

08 abril 2009

Sarinha

.Sarinha
.
.
.
.
.
Hoje as luzes apagam-se por ti
para que os teus olhos brilhem
e lá do fundo de todas as duvidas
tenhas a certeza que vale a pena
.
Vale a pena crescer e acreditar
vale a pena o amanhã e o depois
vale a pena sentir e o sonhar
vale a pena ser menina hoje e sempre
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

06 abril 2009

.Inesquecível
.
.
.
.
Meu ínfimo ponto de luz
quando penso entregar-me
vulgarizando tudo que sou
ao que são os demais
.
Quando pergunto porquê
e a razão surge amordaçada
ao ponto de não ter vergonha
de dizer , porque sim
.
Por ti ,
Nem que os meus olhos se apaguem
entregando-me ao breu da vida
não farás parte do meu esquecimento
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

26 março 2009

A conquista do fim

.A conquista do fim
.
.
.
.
E nós que sempre fomos tu e eu
por notória virtude dos umbigos
dedicamo-nos a delinear fronteiras
eu só podia começar no teu fim
.
E nós que sempre fomos a razão
não a vimos diante dos olhos
gritando incessantemente por piedade
preferimos a inocência do não sei
.
E nós que sempre fomos o amor
evitamos o constrangimento da realidade
de conhecermos a palavra começo e fim
o orgulho da primeira e a vergonha da segunda

E nós que sempre fomos os superlativos
descobrimos o caminho mais curto para o fim
reduzindo o pouco que conseguiamos ainda ser
a uma patética e irrisória nanopersonalidade

.
.
.
.
.Borealis in Aurora

20 março 2009

A Bea Sonha

.A Bea Sonha
.
.
.
.
A Bea sonha
sonha que o mundo é redondo e azul
como os seus olhos embevecidos pelo mar
parecendo faróis de há-de vir bonança
.
Sonha que o seu mundo não cabe no mundo
e vai mais além na velocidade estonteante do pensamento
quase apagando umas quantas estrelas pelo caminho
e chegada ao não sei onde suspira de felicidade
.
Tem aquele sorriso de quem sente um rei na barriga
e de tão satisfeita concede perdão até ao imperdoável
porque entre as palavras mais dificeis de aprender
não consta um abraço ou sequer um beijo gosto de ti
.
E lá no sitio não sei onde a Bea espera companhia
chegam meninos e meninas a quem faz questão de chamar amigos
juntos contam galáxias sem precisarem de entender tudo
são azuis para uns e verdes para outros e segredo para todos
.
A Bea sonha e enquanto sonha o mundo faz algum sentido
não precisa de lógica quântica ou da enciclopédia do possivel
basta uma pequenina luz acesa dentro do seu peito
para iluminar tudo, até os adultos que de crescerem tanto
não perceberam que se estavam a apagar aos poucos
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

Ir

.Ir
.
.
.
.
Por este caminho ,
onde somos o capricho do destino
como se morrer fosse vontade própria
e chegar tão sinónimo de partir
.
Por este caminho ,
em que nada se pode dizer único
nem a cegueira ou a mentira
as maiores entre as constantes
.
Por este caminho ,
diz-nos a sabedoria treinada
que parece saber simular o infinito
para não termos de pensar no inevitável
.
Por este caminho ,
diz a vida embalada pela contagem decrescente
e nós tão cientes da condição humana
temos a imortalidade presa por um segundo
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

17 março 2009

Precaução

.Precaução
.
.
.
.
Os teus olhos tão tristes
procurando alegria nos meus
e eu encurralado queria sorrir
mas faltou-me o improviso
.
Agora quando penso em ti
treino as palavras de conforto
para que os teus olhos
não me apanhem desprevenido
.
Para desta vez leres amparo
onde eu só consigo ler frágil
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

10 março 2009

Morfologia da indiferença

.Morfologia da indiferença
.
.
.
.
Como se todas as palavras houvessem sido ditas
e o silêncio fosse agora a distancia mais curta entre as nossas bocas
sem assunto ou sequer motivo para despertar o pensamento
uma linha contínua de indiferença rasa o nosso peito
.
Como custam a passar os minutos onde não nos queremos ver
parece uma dor minúscula a quem prometeram tornar-se maior
ciente de pouco a pouco ganhar expressão e profundidade
até que a saciedade a transforma num grito
.
E vencidos culpamos tudo que a tal seja imune
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

09 março 2009

Puro Egoísmo

.Egoísmo puro
.
.
.
.
E eu ?
É a pergunta que fica
quando já conjugamos
todos os verbos
nas pessoas alheias
.
E eu ?
Pergunta o meu egoísmo
querendo saber o quando
.
.
.
.Borealis in Aurora

24 fevereiro 2009

Simulacro

.Simulacro
.
.
.
.
Lá do alto da tua aparência
nada poderia suspeitar
que a duvida seria tão corrosiva
atacando a tua essência
.
Ao ponto de não conseguires sorrir
o automatismo facial encravou
no preciso momento que simulavas felicidade
e tudo dentro de ti não podia ser mais triste
.
Sem lágrimas ou lamentos despropositados
só a verdade que farta de maneirismos
decide despir-se diante dos teus olhos
dizendo tão nua quanto crua o que és
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

23 fevereiro 2009

O rio da vida

.O rio da vida
.
.
.
.
.
Já passaram as águas
e o rio está mais uma vez vazio
ermo de corrente e remoínhos
como se nada houvesse sido
.
As pedras falam em surdina
uma conversa de outros tempos
onde a agua embalava os leitos
e tudo era então um só caminho
.
O vento percorre a devastação
segue redondo entre as pedras
procurando o que só agora deu conta de perder
a vida , a vida , a vida
.
E sem que me veja em plena razão
sinto o vazio do rio no meu peito
pergunto-me por onde terei eu ido
para perder tanto em tão pouco caminho
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

21 fevereiro 2009

Alcançar

.Alcançar
.
.
.
.
Ainda que a tormenta pareça interminável
os dias do teu sorriso primaveril virão
esperam impacientemente que voltes a ser tu
que percas esse jeito de pessoa crescida
.
Aguardam para lá da vidraça da tua janela
enquanto te deixas embrenhar nas teias da vida
correndo contra o tempo nessa disputa tão desleal
até que um dia qualquer percebas a ironia
.
De seres grande como as estrelas e os cometas
quando levantas os teus braços querendo tocar-lhes
e tão adulta nessa tua certeza por demais triste
de haver demasiada distância para braços tão pequenos
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

20 fevereiro 2009

Promessa

.Promessa
.
.
.
.
Vê como os dias definham
num silêncio luzidio
e eu adormecido pela cor
suspiro pelo amanhã
.
Amanhã e mais um horizonte
os tons de terra sedenta
a imensidão de mim ao infinito
o sonho que tanto se adia
.
Amanhã , minha promessa vã
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

18 fevereiro 2009

Gentinha

.Gentinha
.
.
.
.
Eramos tão mais
quando nos esqueciamos
dos jeitos mesquinhos
próprios de quem se diz gente
.
Eramos a palavra por definir
que só fazia sentido em nós
no modo próprio de quem ama
na luz dos olhos embevecidos
.
Eramos tão mais
quando acreditavamos na bondade
e que mal alguma haveria de vir
tal era a nossa esperança
.
Eramos mais muito mais
se não tivessemos aprendido
como é fácil ser menos
.
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

17 fevereiro 2009

Dizendo

.Dizendo
.
.
.
.
Precisava dizer-te
pela calada da vergonha
o quanto me humilha ser assim
mas a dor menor vence
.
Hoje podia contar-te
como começam as histórias de lágrimas
mas sinto que tenho o deserto nos olhos
e o meu rosto não tem saudade
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

13 fevereiro 2009

Tu

.Tu
.
.
.
.
Ainda te lembras
quando o para sempre não acabava
e chegamos a acreditar na eternidade
nós , na altura tão imortais
.
E o nosso mundo um par de olhos
.
.
.
.Borealis in Aurora

Suportar

.Suportar
.
.
.
.
Quando parece que não aguento mais
deito-me e fecho o mundo nos olhos
esperando que a noite passe rapida
e a alvorada renove a amnésia
.
Para na mais infundada das certezas
achar que aguento tudo
.
.
.
.
.
.Borealis in Aurora

18 janeiro 2009

Mais do mesmo

.Mais do mesmo
.
.
.
Desculpa
se não sei ser mais
e nesta condição de pouco
acomodar-me
.
Mas consigo arranjar
mil e mais que muitas razões
para temer a incerteza
a sensação...mais do mesmo
.
.
.
.Borealis

Para quê palavras

.Para quê palavras ?
.
.
Se tudo pode ser dito
com um beijo
traz a tua boca á minha
para que te fale de mim
.
.
.Borealis in Aurora

Arquivo do blogue

Acerca de mim