O tudo do nada
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Sou esse espaço entre os pingos de chuva
a vastidão do nada que passa sem ser percebido
sou essas pedras que suportam todo o peso
com o único propósito de adorar os vossos pés
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A bruma das manhãs arrependidas de acordar
silêncio de restolho abandonado nos campos
brisa que de tão perdida esqueceu onde é o mar
barco abandonado ao acaso das marés
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Tinta indelével suplicando por um pouco de cor
risco que de tanto acaso sonha uma vida rectilínea
pedra de sal diluída no maior arrependimento
a certeza que tudo não passa da triste duvida
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Sou tudo que é nada
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.Borealis in Aurora