28 dezembro 2006

Incondicional

.Incondicional
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Pedia-te que não trouxesses
a palavra amor engatilhada
bastava que me quisesses
da mesma forma que te queres
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Preciso acreditar nos binómios
e nas equações elevadas ao infímo
É esse o quanto baste da minha expectativa
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.Borealis in Aurora

25 dezembro 2006

Os outros

.Os outros
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Senhor
celebram o vosso nascimento
e fazem-no com tanta fartura
que por momentos iludo-me
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Não vejo em meu redor
as crianças de olhos inundados
nem a fome que lhes vai no corpo
tornando o proximo minuto incerto
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Vejo somente as luzes intermitentes
e pergunto-me se é essa a cadência
com que se apaga uma vida algures
perante a duvida prefiro fechar os olhos
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Senhor ,
pergunto-me se haverão dias suficientes
para tambem lembrarmos a bondade deles
que se apagam entre um abrir e fechar de olhos
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.Borealis in Aurora

24 dezembro 2006

Amor

.Amor
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O que eu queria verdadeiramente
era um daqueles amores anos cinquenta
que todos iam aprender aos cinemas
sentimentos a preto e branco
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Não havia a desculpa dos meios tons
tinha de ser um extremo ou nada feito
enquanto a pelicula passava nos olhos
o coração temia profundamente o The End.
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.Borealis in Aurora

I internetic U

.I Internetic U
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Agora existem os sentimentos internéticos
em que o coração tem o ritmo a bytes por segundo
e o unico propósito é atingir o auge da arritmia
debitando letras impregnadas de pura adrenalina
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Já te havia dito que tens o nick mais lindo do mundo?
Saberás por acaso que as minhas lágrimas são puro sangue ?
Eles são todos a mesma coisa sorte a tua que eu sou diferente
já agora diz-me de onde teclas ? És mulher ou homem ? Namoras ?
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Eu já subi e desci duas vezes o everest e não me cansei
outros foram à lua e de lá estou certo nunca regressaram
tudo é possivel e está ao alcance dos dedos e da vontade
hoje , sugiro que não sejamos a pessoa mais sincera do mundo
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Amanhã podemos ser o sinonimo mais absurdo de grandeza
porque lá fora é tudo tão mas tão pequenino e sem sentido
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.Borealis in Aurora

Viver

.Viver
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Eu não sei explicar-te
a lógica ou a ausência da mesma
quando se escreve uma vida
muito menos porque se desvanece
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Suponho que tudo seja um sonho
e o respectivo caminho até a realidade
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.Borealis in Aurora

19 dezembro 2006

Beija-me

.Beija-me
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Entende ,
que na purpura dos teus lábios
vem a eloquência dos tremores
e o corpo quebrado pelos joelhos
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É a força de quem se vê fraco
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.Borealis in Aurora

18 dezembro 2006

Segredo

.Segredo
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Se tu soubesses
que é por ti que tudo em mim fervilha
num ritmo que só o amor permite
onde estarias a esta hora ?
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Estarias tangente ao meu peito
sossegando a inquietação que me domina
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.Borealis in Aurora

Viver

.Viver
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Viver ?
viver é morrer mil vezes por segundo
e mais se tivermos os olhos inundados de lágrimas
ou um aperto no coração que multiplique
É ter o credo de partir num constante desassossego
sentir como nosso o mundo por fora do mundo
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.Borealis in Aurora

14 dezembro 2006

Mulher

.Mulher
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Mulher , menina , flor
que candura trazes no ventre
capaz de criar outro mundo
e o segredo do verdadeiro amor
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Quanto de ti é incondicional ?
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.Borealis in Aurora

Rubor

.Rubor
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Quando vejo no movimento da tua anca
a razão de tu seres mulher e eu homem
percebo que a natureza tem muita lógica
deu-te a ti a graciosidade do movimento
e a mim a possibilidade do espanto
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A beleza no feminino é uma flor que se exalta
e de pronto dispôe-se a ser o rubro do meu rubor
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.Borealis in Aurora

Lumialma

.Lumialma
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Se não fossemos apagados
na eterna teoria do ser menor
e por consequência contraluz
ou massa disforme do breu
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Um dia descobririamos
o segredo da luminiscência
ou algo ainda mais ousado
porque nunca seremos estrelas
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.Borealis in Aurora

A mar

.A mar
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Esta ode de salinidade
entranha-se no meu ser
como se dele fosse parte
entre marés antagónicas
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Sem que eu me aperceba
os problemas cabem numa mão
e verdadeiramente importante
é a onda seguinte e a que precede
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Pois importa essa continuidade
importa que nem tudo acabe
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.Borealis in Aurora

11 dezembro 2006

Aprender

.Aprender
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É humanamente impossivel querer outrem mais que a si próprio
esta é uma certeza de quem nunca ousou sair dos seus contornos
o perimetro de segurança que dia a dia erguemos em nosso redor
como se o medo fosse razão que baste para a imunidade superficial
.
Criamos esta ilusão no dia a dia de sermos agora inexpugnáveis
no entanto acumulamos as lágrimas e as dores que não deveriam doer
até que um grito nos percorre de alto a baixo quebrando a hipocrisia
é nesse ruir que aprendemos a capacidade de amar e tambem de sofrer
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O resto é a vida que aos poucos nos retira o tapete da certeza
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.Borealis in Aurora

Multiplicaçao

.Multiplicaçao
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Podiamos ser o gume da faca
o grito lancinante encerrado no aço
mas isto de ter a vida nas mãos
impede-nos a lucidez de partir
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Temos o medo encerrado na célula
as ordens são naturalmente inequivocas
sobreviver , resistir , prevalecer
multiplicar o erro inicial
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.Borealis in Aurora

06 dezembro 2006

Fénix

.Fénix
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Se tu soubesses
o quanto fica adiado na tua partida
estaria proibida a palavra adeus
dirias somente havemos de renascer
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E eu qual fénix do desalento
aguardaria entre a cinza da tua promessa
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.Borealis in Aurora

05 dezembro 2006

Cromática

.Cromática
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Podia falar-te das cores
revelando uns quantos segredos
como esse delírio arqueado
a que chamam arco-iris
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Ou descrever ao pormenor
como elevar os tons na paleta
levando o azul ao celestial
num abrir e fechar de olhos
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Sem qualquer manipulação
teria de falar-te no negro
que consome todas as noites
e o pouco que há nos homens
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.Borealis in Aurora

30 novembro 2006

Porquê

.Porquê
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Há os que não sonham
e tudo está acordado neles
entendem como funciona o mundo
a razão e os processos obscuros
imposições e outras artimanhas
a lógica dos estratagemas
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Mas não conseguem perceber
o porquê de uma casa à beira mar
pois premente é garantir mais um dia
mais depressa na pressa imensa
carregar no azul até ser mais azul
devorar este e outros mundos
.
Nunca o porquê de uma casa à beira mar
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.Borealis in Aurora

Porquê

.Porquê
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Há os que não sonham
e tudo está acordado neles
entendem como funciona o mundo
a razão e os processos obscuros
imposições e outras artimanhas
a lógica dos estratagemas
.
Mas não conseguem perceber
o porquê de uma casa à beira mar
pois premente é garantir mais um dia
mais depressa na pressa imensa
carregar no azul até ser mais azul
devorar este e outros mundos
.
Nunca o porquê de uma casa à beira mar
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.Borealis in Aurora

29 novembro 2006

Sombra

.Sombra
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Não tenho essa chama
que alenta a necessidade d´outrem
percorre-me uma linha abstracta
e uma importancia assaz pobre
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Sou a minha própria sombra
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.Borealis in Aurora

Semântica

.Semântica Animal
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Os nossos corpos deitam-se
e mais uma vez nós vamos junto
assistir ao ritual da conquista
nas noites em que somos menos
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Virá o estertor do cumulo
seguido das perguntas sem resposta
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.Borealis in Aurora

28 novembro 2006

amargor

.Amargor
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Somos o projecto de uma dor a prazo
enquanto o torpor da indiferença embala
a aproximação simulada dos nossos lábios
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No preciso local onde nascem as promessas
me darás a conhecer as mentiras
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.Borealis in Aurora

25 novembro 2006

Amor

.Amor
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Agora terminado o verão
já podemos ter ansia de morangos
e sonha-los escondidos na folhagem
esperando pelas nossas mãos
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Ainda recordo o vermelho rubro
que antecede a sua entrega total
aquele diluvio de sabor nos sentidos
breve momento de alma intensa
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Precisamos da escassez dos frutos
para os desejarmos verdadeiramente
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.Borealis in Aurora

24 novembro 2006

Dislate

.Dislate
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Deixemo-nos de ficção corpórea
somos a mais profunda carência
perenes nesta sensaçao de metade
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O desespero de sermos parte
a quem é proibido almejar o todo
leva-nos ao dislate nas atitudes
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Queremos mais de não sabemos quê
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.Borealis in Aurora

23 novembro 2006

Descrever

.Descrever
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Não se esgota na palavra
o sentido anverso da prosa
existe a incógnita do pensamento
até onde se lê a verdade
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O cerne situa-se na duvida
essa centelha vitrea de quem lê
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.Borealis in Aurora

Terminar

.Terminar
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Que duvida ainda persiste ?
estar aqui é uma condicionante a prazo
de nascente a poente vai o desequilíbrio
por muito que se adultere a verdade
.
O tempo vai convencido da razão
ora nos embala no enredo da imortalidade
ora ensina a contagem decrescente
e numa temida liberdade , finda
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A tudo isto acresce o arrependimento
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.Borealis in Aurora

20 novembro 2006

Quarto crescente

.Quarto crescente
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Se eu fechar os olhos
consigo sentir a maresia
e as ondas dos teus cabelos
a quebrarem-se nos meus dedos
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A saudade é uma maré cheia
perguntando à luminiscência lunar
para quando um quarto crescente
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.Borealis in Aurora

Perdoar

.Perdoar
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Já não és a ferida ao rubro
nem o lamento encravado na garganta
longe vão os dias da tua omnipresença
e as lágrimas de quem vivia para te ver
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Não acontece mais aquela minha arrítmia
o ceu não voltou a ser azul como outrora
mas o tempo veio de mansinho perdoar-te
agora resta trocar a mágoa pela liberdade
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Quebraram-se os fios da tua marioneta
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.Borealis in Aurora

18 novembro 2006

Ode Maritima

.Ode Maritima
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Hoje ,
apetecia-me sentar nos rochedos
e gritar umas quantas perguntas ao mar
mesmo tendo a certeza do monólogo
ia saber bem interpretar as ondas
que indiferentes a tudo não desistem
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Convictas que chegar à praia é renascer
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.Borealis in Aurora

Aprender

.Aprender
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Eis que os nossos mundos
procuram as suas fronteiras
e nesse processo territorial
virão umas quantas lágrimas
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Ora serei eu que sufoco
ou tu que precisas de espaço
haverá concessão de orgulho
e do pouco que nos ensinaram
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Aprenderemos à custa da dor
que um passo atrás adianta
assim como a pressa atrasa
o dia a dia dirá de sua justiça
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O tempo tratará de tudo
vergará o aço da nossa convicção
até as arestas serem curvas
e nós seremos o centro dos extremos
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.Borealis in Aurora

16 novembro 2006

Bem-me-quer

.Bem-me-quer
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Perdoa-me ,
mas restam poucas palavras
e eu já cheguei a este ponto
de achar que tudo é implícito
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Já não dou passos em vão
se vou pelo teu caminho
é porque tenho esperança
que um dia seja meu tambem
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Há este interesse intrínseco
de querer o melhor para mim
pois eu preciso estar ínteiro
para te pertencer metade
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.Borealis in Aurora

Quando tu não estás

.Quando tu não estás
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Há esta sensação de vazio
falta uma peça de xadrez na minha vida
é a mesma sensação de xeque-mate
que me leva a abandonar o tabuleiro
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Não faz sentido a proxima jogada
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.Borealis in Aurora

15 novembro 2006

Minimal

.Minimal
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O pouco que somos
não permite muita ilusão
temos os passos contados
o nosso longe é já ali
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Ao virar de uma vida
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.Borealis in Aurora

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