.Lux
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Minha, a serenidade que paira no ar
o espectro de infinito a tornar-se reflexo
a infinidade dos tons na tela imaginária
o sonho que vem adormecer nos meus olhos
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,Borealis in Aurora
Sou um processo que obrigatoriamente procura o seu término. E saber-me assim é querer-me melhor neste caminho para o fim .
.Lux
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Minha, a serenidade que paira no ar
o espectro de infinito a tornar-se reflexo
a infinidade dos tons na tela imaginária
o sonho que vem adormecer nos meus olhos
,
,
,
,Borealis in Aurora
Mágoa
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Arrumei a nossa historia num canto
está para lá sem eu poder precisar onde
o sitio mais perdido que encontrei em mim
e por cima coloquei toda a mea culpa
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Agora se alguém vier falar de arrependimento
direi que vim de lá com os dias cansados
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.Borealis in Aurora
.Sublimar
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O teu corpo é uma história por contar
onde eu vou aprendendo o braille
sei que a certas alturas há um sussurro
e outras um grito de exasperação
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Os teus lábios procuram poiso
com os meus dispostos a isso e muito mais
dizendo pela calada que se querem além ti
e amor é o silêncio que não prescreve
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E juntos somos os pontos cardeais da loucura
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.Borealis in Aurora
Nu
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Ah ,
eu sou essa linha que pouco importa
na escala de tudo que é insignificante
tentar encontrar o meu lugar é perder-me
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Sou essa nota no fundo de qualquer pagina
porventura prefácio de todas erratas
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.Borealis in Aurora
.Saber doía
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Não há como fazer de conta
há um rio que nos nasce nos olhos
e com a idade vai tornar-se deserto
aridez passando por baixo das pontes
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Assusta perceber que aprender é saber menos
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.Borealis in Aurora
E se
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E se ,
de lá vier o imprevisto que nunca ensaiamos
pegando na pouca disponibilidade que ainda resta
virando do avesso tudo que era certeza
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Há este risco sísmico inerente aos corações
onde a escala vai de outra vez a nunca mais
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.Borealis in Aurora
.Ipsis Verbis
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Dou por mim
encalhado entre palavras
suspenso nos significados
onde digo , queria conseguir dizer
e há o sobressalto da virgula
para não falar do ponto final
a minha coleção dos mal entendidos
porque a lógica de outrem
não se digna a ser minha também
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Porque há pendor
neste corrupio de letras sofridas
e lá no vórtice do desespero
impera o caos dos pensamentos
todo certo disposto ao errado
o compromisso dos olhos dispostos a ver
absorvendo a essência e a duvida
tudo menos magoar a sensibilidade
essa coisa alheia que faço tantas vezes minha
púlpito de todo arrependimento
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E dizer escrevendo é amordaçar o pensamento
sem chegar a macular o silêncio
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.Borealis in Aurora
Inacabado
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Quem me dera
conseguir ser quem tu sonhas
mas olhando para o que julgo ser
vejo-me tão longe
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O medo de falhar
prevalece na incerteza do amanhã
e corresponder ás expectativas
fica a um passo da desilusão
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Precisava dizer-te
que me sinto aquém do suficiente
e bem para lá do falta-me tanto
ainda e sempre inacabado
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.Borealis in Aurora
Meu amor
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Leva-me a sonhar as paisagens
tira este torpor que trago na alma
diz-me a que sabe o azul do ceu
abraça-me até ao nosso fim
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.Borealis in Aurora
A aparência do silêncio
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Não estranhes o meu silêncio
porque existe tudo nele mesmo sem dizer
e a certa altura falar é tão menos
por isso vagueio nos teus olhos
Fazes me lembrar o entardecer
o azimute do horizonte que se apaga
para dar lugar ao inenarrável
misto de penumbra imersa em breu
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E nessa aparente ausência de tudo
há um grito onde nascem os dias
de certa forma encontro-me por aí
onde os significados se perdem
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.Borealis in Aurora
Não me perguntes
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Não me perguntes o porquê de tudo
pois tudo parece ter uma lógica própria
sempre insensivel á minha visão das coisas
e a corda parte sempre do meu lado
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Não sei o porquê da multiplicação celular
que herança nos percorre o labirinto venoso
menos ainda a razão para a tua beleza
mas os meus olhos juram que não tem fim
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Não me perguntes porque existe o sonhar
mas agora é lá que te consigo encontrar
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.Borealis in Aurora
Contabilidade relacional
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Já calculei a distância entre nós
e todas as contas dão resto zero
dividimos o pouco do quase nada
subtraimos tudo que deveria ser
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Entramos na negatividade dos numeros
quase matematica molecular dos aflitos
qualquer coisa infíma para lá da virgula
a historia que não passa de milésima
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Da-se azo ao prejuizo do elementar
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.Borealis in Aurora
Partir
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Havemos de correr pela vida fora
como se o amanhã fosse uma brincadeira
porque temos em nós a pressa de outros mundos
há algo que nos impele até ao absurdo
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Não faças rir sempre efémero agora
com essa tua pose de um dia teremos saudades
pois já nos contaram a vida pagina por pagina
e sabemos que é ao começar que acaba
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Por isso venham de lá as duvidas pertinentes
o trejeito próprio de quem ousa desacreditar
mas verdade mesmo verdade só existe uma
a maior aventura é partir
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.Borealis in Aurora
Gentio
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Hoje podiamos ir até aos confins do mundo
descobrir a matéria da qual somos feitos
e nesse pó de matéria ainda e sempre disforme
perceber porque somos tão pouca bondade
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Tão pouco , tão nada
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.Borealis in Aurora
Rimar
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Fez.-se outono nos teus lábios
e apetece-me adormecer neles
para poder sonhar os teus tons
entre beige carinho e rubro amor
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Já tenho a desculpa do frio
para me aninhar junto ao teu calor
e ninguem me irá convencer
que outono não rima com felicidade
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.Borealis in Aurora
Ser d´outrem
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Leva-me a sonhar o impossivel
diz-me no tremor dos teus lábios
que a felicidade é um caminho em ti
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Faz-me acreditar que vale a pena
que há caminho e aonde chegar
para quem leva desalento nas pernas
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Fala-me quanto dista daqui á inocência
quanto rubor pode nascer no teu rosto
aprender que mais vale desaprender
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E a ser , serei a felicidade d´outrem
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.Borealis in Aurora
A cegueira da pressa
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Já tive pressa
tanta que a vida corria para mim
e troquei os sonhos por castelos
do desalento fui fazendo muralhas
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Aprendi o sussurrar da brisa
a forma como parece indiferente
sem deixar de tocar os recantos
existindo sem a conseguirmos ver
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Na correria desmedida e inusitada
perdi o para sempre dos pormenores
afinal o aparentemente insignificante
era o principio do inesquecivel
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A pressa levou-me os sonhos e os castelos
mas já consigo ver ao perto
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.Borealis in Aurora