27 novembro 2020

Luz

 .Lux

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Minha, a serenidade que paira no ar 

o espectro de infinito a tornar-se reflexo

a infinidade dos tons na tela imaginária

o sonho que vem adormecer nos meus olhos

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,Borealis in Aurora

26 novembro 2020

Mágoa

Mágoa 

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Arrumei a nossa historia num canto 

está para lá sem eu poder precisar onde

o sitio mais perdido que encontrei em mim

e por cima coloquei toda a mea culpa 

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Agora se alguém vier falar de arrependimento 

direi que vim de lá com os dias cansados 

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.Borealis in Aurora




25 novembro 2020

Sublimar

.Sublimar

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O teu corpo é uma história por contar

onde eu vou aprendendo o braille

sei que a certas alturas há um sussurro

e outras um grito de exasperação

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Os teus lábios procuram poiso

com os meus dispostos a isso e muito mais 

dizendo pela calada que se querem além ti

e amor é o silêncio que não prescreve

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E juntos somos os pontos cardeais da loucura 

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.Borealis in Aurora


Nu

 Nu

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Ah , 

eu sou essa linha que pouco importa

na escala de tudo que é insignificante

tentar encontrar o meu lugar é perder-me

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Sou essa nota no fundo de qualquer pagina

porventura prefácio de todas erratas

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.Borealis in Aurora

Saber Doía

.Saber doía

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Não há como fazer de conta

há um rio que nos nasce nos olhos

e com a idade vai tornar-se deserto

aridez passando por baixo das pontes

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Assusta perceber que aprender é saber menos

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.Borealis in Aurora





E se

E se

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 E se ,

de lá vier o imprevisto que nunca ensaiamos 

pegando na pouca disponibilidade que ainda resta

virando do avesso tudo que era certeza

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Há este risco sísmico inerente aos corações

onde a escala vai de outra vez a nunca mais 

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.Borealis in Aurora

20 novembro 2020

Ipsis Verbis


.Ipsis Verbis

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Dou por mim

encalhado entre palavras 

suspenso nos significados

onde digo , queria conseguir dizer

e há o sobressalto da virgula

para não falar do ponto final

a minha coleção dos mal entendidos

porque a lógica de outrem

não se digna a ser minha também

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Porque há pendor 

neste corrupio de letras sofridas

e lá no vórtice do desespero

impera o caos dos pensamentos

todo certo disposto ao errado

o compromisso dos olhos dispostos a ver

absorvendo a essência e a duvida

tudo menos magoar a sensibilidade

essa coisa alheia que faço tantas vezes minha

púlpito de todo arrependimento 

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E dizer escrevendo é amordaçar o pensamento

sem chegar a macular o silêncio 

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.Borealis in Aurora 





Inacabado

 Inacabado

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Quem me dera 

conseguir ser quem tu sonhas 

mas olhando para o que julgo ser

vejo-me tão longe

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O medo de falhar 

prevalece na incerteza do amanhã

e corresponder ás expectativas 

fica a um passo da desilusão

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Precisava dizer-te

que me sinto aquém do suficiente

e bem para lá do falta-me tanto

ainda e sempre inacabado

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.Borealis in Aurora 




13 novembro 2020

Meu amor

Meu amor 

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 Leva-me a sonhar as paisagens 

tira este torpor que trago na alma 

diz-me a que sabe o azul do ceu 

abraça-me até ao nosso fim 

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.Borealis in Aurora

A aparência do silêncio

A aparência do  silêncio 

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Não estranhes o meu silêncio 

porque existe tudo nele mesmo sem dizer

e a certa altura falar é tão menos 

por isso vagueio nos teus olhos


Fazes me lembrar o entardecer

o azimute do horizonte que se apaga

para dar  lugar ao inenarrável 

misto de penumbra imersa em breu

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E nessa aparente ausência de tudo

há um grito onde nascem os dias

de certa forma encontro-me por aí

onde os significados se perdem

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.Borealis in Aurora



06 novembro 2020

Não me perguntes

Não me perguntes

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Não me perguntes o porquê de tudo

pois tudo parece ter uma lógica própria

sempre insensivel á minha visão das coisas

e a corda parte sempre do meu lado 

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Não sei o porquê da multiplicação celular

que herança nos percorre o labirinto venoso

menos ainda a razão para a tua beleza

mas os meus olhos juram que não tem fim

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Não me perguntes porque existe o sonhar

mas agora é lá que te consigo encontrar

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.Borealis in Aurora

05 novembro 2020

Contabilidade relacional

 

Contabilidade relacional 

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Já calculei a distância entre nós 

e todas as contas dão resto zero

dividimos o pouco do quase nada

subtraimos tudo que deveria ser

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Entramos na negatividade dos numeros

quase matematica molecular dos aflitos

qualquer coisa infíma para lá da virgula

a historia que não passa de milésima 

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Da-se azo ao prejuizo do elementar 

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.Borealis in Aurora


Partir

 Partir

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Havemos de correr pela vida fora 

como se o amanhã fosse uma brincadeira

porque temos em nós a pressa de outros mundos

há algo que nos impele até ao absurdo 

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Não faças rir sempre efémero agora 

com essa tua pose de um dia teremos saudades

pois já nos contaram a vida pagina por pagina

e sabemos que é ao começar que acaba 

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Por isso venham de lá as duvidas pertinentes

o trejeito próprio de quem ousa desacreditar

mas verdade mesmo verdade só existe uma

a maior aventura é partir

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.Borealis in Aurora

04 novembro 2020

Gentio

 Gentio

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Hoje podiamos ir até aos confins do mundo

descobrir a matéria da qual somos feitos 

e nesse pó de matéria ainda e sempre disforme

perceber porque somos tão pouca bondade

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Tão pouco , tão nada

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.Borealis in Aurora

Rimar

 

Rimar

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Fez.-se outono nos teus lábios

e apetece-me adormecer neles 

para poder sonhar os teus tons 

entre beige carinho e rubro amor

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Já tenho a desculpa do frio

para me aninhar junto ao teu calor

e ninguem me irá convencer 

que outono não rima com felicidade

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.Borealis in Aurora

03 novembro 2020

Ser D´Outrem

Ser d´outrem

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Leva-me a sonhar o impossivel

diz-me no tremor dos teus lábios

que a felicidade é um caminho em ti

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Faz-me acreditar que vale a pena 

que há caminho e aonde chegar 

para quem leva desalento nas pernas

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Fala-me quanto dista daqui á inocência

quanto rubor pode nascer no teu rosto 

aprender que mais vale desaprender 

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E a ser , serei a felicidade d´outrem

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.Borealis in Aurora





A cegueira da pressa

A cegueira da pressa

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Já tive pressa

tanta que a vida corria para mim

e troquei os sonhos por castelos

do desalento fui fazendo muralhas

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Aprendi o sussurrar da brisa 

a forma como parece indiferente

sem deixar de tocar os recantos

existindo sem a conseguirmos ver

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Na correria desmedida e inusitada

perdi o para sempre dos pormenores

afinal o aparentemente insignificante

era o principio do inesquecivel 

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A pressa levou-me os sonhos e os castelos

mas já consigo ver ao perto 

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.Borealis in Aurora







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