Se tu soubesses

Se tu soubesses
.
.
.
.
.
Já sabes tudo !
até sabes qual é a cor do ceu de olhos fechados
já não há pôr do sol que te emocione a alma
faz tempo que tudo é repetido
.
Já sabes tudo !
como mareja a maresia vindo devagarinho pelas dunas
o restolho das algas perdidas no areal
e a areia diminuta no seu eterno chegar
.
Já sabes tudo !
o frenesim da bicharada escondida pela primavera
o chilrear da cria que ainda não sonhou um dia voar
sai dormente o arrepio da alma imperturbável
.
Já sabes tudo !
que será diurno tudo que se apagou pela noite
pela calada do silêncio fervilha a paixão exacerbada
gemidos de quem tenta fugir ao seu corpo
.
Já sabes tudo !
que amar é há e por vezes há-de até não mais ser
grito de quem cansou o propósito do lamento
e sentimento de seja o que Deus me quiser
.
.
.
.
.
.Borealis in Aurora