22 abril 2022

O tudo do nada

 O tudo do nada

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Sou esse espaço entre os pingos de chuva

a vastidão do nada que passa sem ser percebido

sou essas pedras que suportam todo o peso

com o único propósito de adorar os vossos pés

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A bruma das manhãs arrependidas de acordar

silêncio de restolho abandonado nos campos 

brisa que de tão perdida esqueceu onde é o mar

barco abandonado ao acaso das marés 

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Tinta indelével suplicando por um pouco de cor

risco que de tanto acaso sonha uma vida rectilínea

pedra de sal diluída no maior arrependimento 

a certeza que tudo não passa da triste duvida 

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Sou tudo que é nada 

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.Borealis in Aurora

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